sábado, 18 de outubro de 2008

O professor, o aluno e o mouse

REPRODUÇÃO

Em 1998, quase analfabeto em informática, comecei a editar o site Tanto. Contei então com a ajuda de Alexandre Martins, um jovem de 20 anos, especialista na área. Além da vocação pedagógica, Alexandre tinha ótimo senso de humor e logo nos tornamos bons amigos, eu no papel de aluno devotado e ele professor frasista e gozador. Objetivo e paciente ensinou-me editar imagens, páginas pra web, enviar arquivos e outras coisinhas técnicas que em princípio pareceram-se com matemática pura, ou química, era a tal da linguagem HTML, indispensável em algumas situações.
E ele: “ - É tudo muito simples...” “ ... – “isso você vai dominar logo”. ” - É BE-A-BÁ!”. E quando eu proferia “pérolas” tipo: mas é muita coisa pra aprender, ele nem esperava eu acabar a frase: “uma coisa de cada vez”. Às vezes eu ligava pra ele às dez e quinze da noite, com alguma dúvida:
- Alexandre, tou com um probleminha aqui...
- “Já sei onde está o problema: entre o mouse e a cadeira...” e caía na risada. – “Sabia que o mouse já fez trinta anos? E que em Portugal ele é chamado de rato?”
Toda essa história agora completa 10 anos, assim como Tanto. Já o mouse, quarentão, ou ganhou tecnologia óptica, ou perdeu o fio em novos designs ergonômicos, e continua firme como dispositivo de interatividade.
O primeiro mouse, de 1968, “era um caixa de madeira com um botão de comando e seu corpo era feito todo em madeira, além de ter um cabo que o conectava ao computador instalado na parte traseira.”
O inventor do Mouse é o americano Douglas Engelbart, nascido em 1926. Engelbart queria interagir mais rapidamente com o computador, conseguiu. Vendeu os direitos para uma universidade (por 10 mil dólares), que depois os venderia a Apple, e o mouse se popularizou acompanhando o Apple Lisa, lançado no início dos anos 80. Rotulado de "periférico" pelo mercado, desenhado, redesenhado. 400 milhões, (qua-tro-cen-tos!), de mouses são vendidos no mundo hoje, usando as mais modernas tecnologias. Na web existe todo tipo de bizarrice sobre o mouse: determinado software verifica periodicamente a distância percorrida pelo periférico e a compara com medidas reais inusitadas, como uma subida ao monte Everest ou escalada na Torre Eiffel.
No endereço instructables.com, por exemplo, há dicas ilustradas de como transformar o mouse da Apple em fivela. O site também ensina a dissecar um hamster e fazer de suas patas botões de comando ou ainda incrementar o vaso sanitário com a carcaça de um Apple Lisa. Engelbart, que 1997 recebeu em Washington o prêmio Lemelson-MIT de US$ 500 mil, um dos principais prêmios do mundo para inventores, não ganhou mais nada com sua invenção: "Não fui educado sobre como esse tipo de negócio funciona, eu era inocente, um garoto de campo."
Coisas do mouse, que já merece um museu. Museu Mouse. Mouse Museum, Musée du Mouse. Desde a caixa de madeira, passando pelos que tinham esferas, os ópticos, os eróticos (sim, eles existem, e vibram) até aqueles cravejados com diamantes de 25 mil dólares. Todo tipo de mouse no museu. Quando ele desaparecer em seu próprio futurismo, ou quando reinventar-se como sempre fez. Quem sabe transforme-se num ratinho-robô com orelhas e boca, capaz de ouvir e aconselhar. Ou, ironicamente, calar-se. Fontes: Wikipédia, Folha On Line, Instructable

Nenhum comentário: